Recentemente, eu assisti a um vídeo super interessante no Youtube do canal Wisecrack sobre a série Billions. Eu sou suspeita de falar porque amo a série Billions!
O vídeo, me fisgou ao conectar a trama da série com um conceito que eu acho fascinante, que é a teoria dos jogos. Achei tão legal que resolvi escrever sobre isso aqui no ▲A CURVA!
O que é teoria dos jogos?
Calma, não é sobre videogames. Teoria dos jogos é basicamente o estudo de como as pessoas tomam decisões estratégicas em situações onde seus interesses estão em jogo (literalmente).
Imagine que você quer pedir um aumento no trabalho: você vai direto ao ponto ou dá uma volta pra sondar seu chefe antes? Qual dia e horário são melhores pra isso? Esses tipos de cálculos fazem parte da teoria dos jogos.
Agora, pense em algo maior, como negociações políticas, apostas no mercado financeiro ou até mesmo dilemas morais. A ideia é a mesma: entender como cada decisão afeta o resultado geral, especialmente quando você está interagindo com outra pessoa ou um grupo.
Por que a série Billions é um jogo gigante
Na série, acompanhamos Chuck Rhoades, um procurador ambicioso, e Bobby Axelrod, um bilionário que não mede esforços para vencer. Eles não são só rivais, são estrategistas jogando uma partida que mistura poder, dinheiro e moralidade (ou a falta dela). Tudo o que fazem parece ser guiado por uma lógica fria, quase como se a vida fosse um tabuleiro onde cada jogada precisa ser calculada.
Mas não para por aí. Os personagens estão constantemente jogando uns contra os outros, e muitas vezes o que está em jogo não é só quem vai ganhar, mas quem vai se trair menos no processo. É aqui que entra o conceito do Dilema do Prisioneiro, uma das ideias mais famosas da teoria dos jogos.
O dilema do prisioneiro, de um jeito fácil
Imagina o seguinte: você e um amigo foram pegos cometendo um crime. A polícia coloca vocês em salas separadas e oferece um acordo:
- Se nenhum dos dois falar nada, cada um pega 1 ano de cadeia.
- Se você delatar seu amigo e ele ficar calado, você sai livre e ele pega 10 anos (e vice-versa).
- Se os dois se delatarem, cada um pega 8 anos.
E aí, o que você faz? Se delatar parece o mais "racional", mas se ambos escolherem isso, acabam pior do que se tivessem cooperado. Esse dilema mostra como as decisões individuais podem levar a um resultado ruim para todos.
Na série, Chuck usa essa estratégia ao tentar forçar um investidor, Pete Decker, a testemunhar contra Axelrod. Ele mente, dizendo que outra pessoa já está colaborando, para pressionar Decker a trair primeiro. Só que essa jogada só funciona porque Decker acredita estar preso no dilema.
Jogos iterativos e lealdade (ou a falta dela)
Uma coisa interessante em Billions é que as decisões não acontecem só uma vez, mas se repetem ao longo do tempo. É como se os personagens estivessem jogando o mesmo jogo várias vezes, acumulando vantagens ou problemas a cada rodada.
Axe, por exemplo, valoriza a lealdade acima de tudo na sua equipe. Quem não demonstra essa qualidade logo é descartado, porque no longo prazo, manter a confiança mútua é mais vantajoso.
Essa repetição constante também cria uma dinâmica de "olho por olho": se alguém o trai, ele devolve com força total, o que muitas vezes leva a uma espiral de vingança.
E o que isso tem a ver com a gente?
No vídeo, o Wisecrack faz uma crítica interessante que é viver a vida como se fosse um jogo pode ser corrosivo. Quando você vê cada decisão como uma jogada estratégica, corre o risco de perder o que realmente importa — seus valores, seus princípios e até seus relacionamentos.
Um exemplo disso é a Taylor, que começa como alguém ético e empático, mas aos poucos se deixa consumir pela lógica do "vencer a qualquer custo". No fim das contas, todo mundo no universo de Billions está jogando, mas a maioria paga um preço alto por isso.
Quebra o jogo
Talvez a maior lição de Billions seja que, às vezes, a melhor saída é simplesmente "quebrar o jogo". Como Wendy, que se recusa a entrar na dinâmica destrutiva entre Chuck e Axe e tenta encontrar uma solução cooperativa.
Na vida real, isso pode significar parar de competir em situações que não levam a nada ou priorizar o que realmente importa, como seus valores e relacionamentos. Nem tudo precisa ser uma estratégia; algumas coisas são só... a vida.
Se você gosta de séries intensas, você tem que assistir Billions! (Tem no Netflix!). E se quiser ir além da série, recomendo assistir ao vídeo completo do Wisecrack. É uma aula de teoria dos jogos com boas doses de humor e filosofia.
E você, já se pegou transformando a vida em um jogo? Me conta nos comentários!😊